Resumo do livro A Língua de Eulália
Autor:Marcos Bagno
Por: Ana Lúcia Lima Machado
Apresentação da obra:
O livro fala sobre o processo de alfabetização de uma pessoa
adulta chamada Eulália, que é empregada da Professora Irene Doutora em Linguística. A partir de então, Irene começa a pesquisar sobre a maneira como
Eulália fala: um português considerado “errado”, mas que é somente seu
jeito próprio de falar, que tem uma explicação lógica e científica. Irene explica as diferenças entre o português padrão e não-
padrão e todo o processo que levou a língua portuguesa até os dias de
hoje. Mostra a variação que ocorreu em outras línguas e que não existe o
certo e o errado, mas que se perceba a importância de desfazer o mito
da língua única.
Descrição da estrutura:
O texto é dividido em vinte e um capítulos, entre eles seções, com total de 241 páginas.
Resumo
Três professoras de São Paulo, Vera, Sílvia e Emília, foram
passar as férias em Atibaia, uma cidadezinha do interior, na casa da
Irene, tia de Vera. Vera é estudante de Letras, tem vinte e um anos.
Sílvia estuda Psicologia e também tem vinte e um anos. Emília de
dezenove anos está no primeiro ano de Pedagogia.
Foram
recebidas na rodoviária pelo motorista de táxi Ângelo, filho de Eulália,
empregada de Irene. Durante o almoço, as visitantes perceberam que a
empregada Eulália falava muito errado, como: “as pranta”,”os fósfro”,
“percurá os home”, “os probrema”.
A Irene é professora
aposentada, formada em Língua Portuguesa e Linguística. Mesmo aposentada
publica artigos para revistas, continua se aperfeiçoando e fazendo
pesquisas.
Com a observação de suas visitantes sobre a
maneira de falar de Eulália, Irene aproveitou para ensinar os fenômenos
da língua e explicar as variedades lingüísticas e combater o
preconceito. Explicou que a maneira de Eulália falar não é errada é só
diferente. Pode não ser certo dentro da gramática, mas é uma maneira
própria de falar. Irene fala sobre o mito da Unidade Linguística do
Brasil, que diz se falar somente o português. Na realidade existem
diversas línguas faladas em vários pontos do país. A língua varia de
lugar, de pessoas, de país, de tempo e de espaço.
Existe o português padrão e o português não-padrão. O português padrão é
artificial e precisa ser aprendido na escola. É considerado modelo
ideal de língua, por causa do investimento feito pelos gramáticos,
dicionaristas, Academia de Letras e governo. É um trabalho de
padronização da língua. Já o português não-padrão é natural, diminui as
regras gramaticais. É o português usado pela minoria, considerado
“feio”, “pobre”, “errado”.
Irene mostra que é um
problema amplo, que deveria ter uma transformação radical na sociedade e
não somente dos métodos pedagógicos. Que o português não-padrão é como
qualquer outra língua,
com regras, lógica e bem organizado. É
transmitido de geração para geração, com pessoas da mesma família e da
mesma classe social.
Durante a explicação as meninas
faziam muitas perguntas sobre o assunto. Irene falou sobre os fenômenos
lingüísticos, como por exemplo: o Rotacismo, que é a troca de L por R. O
Yeísmo, que é a troca do LH por i. A simplificação das conjugações
verbais. A assimilação do ND em N e MB em M e muitos outros.
Aproveitou para contar sua história com a Eulália. Hoje Eulália
não é mais sua empregada. É uma amiga. Irene alfabetizou Eulália quando
esta tinha mais de quarenta anos, por isso Eulália sabe ler e escrever,
mas continua a usar no dia a dia a forma própria de falar, que é a forma
não-padrão do português. No decorrer das aulas Eulália foi trazendo
outras conhecidas para participar das aulas. Assim, Irene montou uma
escolinha. Irene mostra respeito pelo jeito de falar de
suas alunas, mostra a variedade de línguas que existem e que tem sua
lógica para ser assim. Para Irene, Eulália tem muita sabedoria e tem
muito a ensinar também. Com humildade mostra que não é a única a ter
conhecimento. É uma troca de experiências em que todos aprendem um com
os outros. No final das férias, todos se reuniram na
rodoviária de Atibaia para a despedida. As moças estavam radiantes por
saírem com tanta informação sobre a língua portuguesa. Antes de
partirem, Irene disse que faria um livro sobre o português não-padrão e
que faria a dedicatória em nome das três. E confidenciou que o nome do
livro seria “A língua de Eulália”, para homenagear Eulália, pois foi por
observar sua maneira de falar que veio a idéia de estudar sobre a
variedade lingüística.
O nome Eulália, em grego,
significa “a que fala bonito”, “a que fala bem”, “ que fala certo”. Não é
uma coincidência maravilhosa? Exalta Irene.
Descrição do conteúdo
A Língua de Eulália procura mostrar o uso de uma linguagem
discriminada que é dita como errada, mas que pode ser explicada através
da história, pois tem origem em outras línguas como Latim, Francês,
Inglês...O que existe mesmo é o preconceito social, porque esta
maneira de falar o português vem de pessoas pobres, que não puderam
estudar. Mas isso não impede que conheçam a língua culta do português.
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