Ensinar para aprender...

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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Trabalhando os contos de fadas na Ed.Infantil

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS 
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL 
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA 
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD 



Relatório de Estágio 



Trabalhando os contos de fadas na Ed.Infantil   



Cristine Altafini Cavalcante 



Balneário Pinhal, 2013 

                                                     
   

RESUMO 

Os contos de fadas resgatam a leitura e estimulam a fantasia e a imaginação, ajudando na formação da criança, facilitando a aprendizagem de forma lúdica e divertida. No embasamento dos contos de fadas, foram trabalhados valores, palavras de gentileza, comportamento dentro e fora da sala de aula e escola, matemática, etc. O estágio foi realizado numa escola, com a turminha de Pré A onde encontram-se crianças de 4 a 5 anos de idade.  



PALAVRAS-CHAVE: lúdico; estímulo cognitivo e socialização; aprendizagem. 



APRESENTAÇÃO 

Este trabalho pretende mostrar a importância da relação do lúdico no processo de ensino e aprendizagem, sendo o brinquedo de faz de conta a essência da infância e seu uso permite um trabalho pedagógico mais prazeroso e produtivo possibilitando ao sujeito a construção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento. Vivemos uma época em que a tecnologia avança aceleradamente inclusive na educação, mas as atividades lúdicas não podem ser esquecidas no cotidiano escolar, porque a alternativa de trabalhar de maneira lúdica em sala de aula é muito atraente e educativa. Numa reportagem feita pela Revista Nova Escola sobre o autor Hernández, relata que o docente tem que abandonar o papel de “transmissor de conteúdos” para se transformar num pesquisador. Para HORN, a autora fala que:Todas as crianças possuem modos diferenciados, face aos adultos, de interpretação do mundo e de simbolização do real. São esses modos que constituem as “culturas da infância”.” As crianças precisam ser olhadas não apenas na sua aparente UNIDADE, mas também na sua DIVERSIDADE. As crianças não formam um conjunto social cujo principal atributo é o de ser constituído por indivíduos pertencentes à certa fase da vida, mas também como conjunto social com atributos sociais que diferenciam os adultos. Em vários momentos, a autora remete-se à Vigotsky, onde o mesmo fala que: O desenvolvimento humano é  tarefa conjunta e recíproca; O sujeito é produtor de conhecimentos; O desenvolvimento infantil é características das situações reais; O brinquedo é promotor de conhecimento/ suporte para as mudanças das   necessidades e da consciência; A implicação pedagógica: Os modos como o adulto organiza o espaço favorece a construção do conhecimento em seus diferentes campos. 

A aprendizagem é muito mais significativa se for trabalhada de forma que a criança entenda e interaja com os demais, e que este conhecimento seja aproveitado no seu cotidiano em seus diferentes campos, ou seja, de forma que a criança passe para os demais o seu saber e aprenda com eles. Com a brincadeira de faz-de-conta, a criança consegue expor o que está sentindo, suas dores, seus medos, suas alegrias, enfim, numa simples brincadeira, descobrimos muita coisa que está acontecendo no íntimo da mesma. Aprendi muito com eles, mas também que temos que respeitar o tempo de cada um, mas é claro que as vezes temos que investir um pouco mais nos pequenos, incentivando sempre, delineando o que tem que ser trabalhado dia após dia para que os mesmos nos dê o retorno que queremos, sempre com muita paciência e carinho com os pequenos. 


DESENVOLVIMENTO 

1-Etapas de ensino: 
É fundamental que se assegure à criança o tempo e o espaço para que a fantasia aconteça com intensidade, a brincadeira permeia todas as ações com o jogo simbólico e é através dela que a criança se compreende, o outro e o meio. É através do jogo de faz-de-conta que a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, socialização e a auto-estima, além de conhecimento e manipulação de materiais diversos. Os contos de fadas resgatam a leitura e estimulam a fantasia e a imaginação, ajudando na formação da criança, facilitando a aprendizagem de forma lúdica e divertida. A avaliação foi feita de acordo com a integração, participação, coleguismo, solidariedade e cortesia das crianças. O tempo de execução das atividades variou de acordo com cada uma delas. A preparação das aulas foi escolhida de acordo com o interesse das crianças, e também pela situação vivida pelos mesmos, pois foi trabalhado também valores e palavras de gentileza integradas a cada história contada. Nesta etapa de vivência da turma, é importante perceber que uma história, um filme, um brinquedo, um desenho, um livro, um jogo, uma cor ou mesmo um objeto qualquer, pode levar indivíduos de qualquer idade a vivências significativas e importantes para a sua vida. Esta é uma característica bem impressionante dentro da sala desta turma, no meu caso, o Pré. Eles querem e procuram saber cada vez mais. São crianças indagadoras, com sede de conhecimentos. Acredito que este, é o ponto mais forte da turma, que também a diferencia. São crianças que se fazem perceber pela sua criatividade, doçura e indagações pertinentes. 


2-Processo de ensino: 
É necessário que se entenda o sentido verdadeiro da educação lúdica, só assim, o educador estará garantido a criança a construção de um conhecimento significativo. Entendo que a ludicidade e a criança caminham juntas desde o momento em que se fixa a imagem da mesma como um ser que brinca. Portadora de uma especificidade que se expressa pelo ato lúdico, à infância carregando consigo as brincadeiras que se perpetuaram e se renovaram a cada geração. Nesta perspectiva, os professores através do uso da ludicidade, facilitam a aprendizagem e o desenvolvimento da criança nos aspectos físico, cognitivo, motor, social, político, os jogos e faz-de-conta quando usados adequadamente tornam a aprendizagem menos mecânica e mais significativa e prazerosa para o aluno, sendo visto como um recurso pedagógico que através dele a criança aprende sobre a natureza, eventos sociais, a dinâmica interna. Em relação a este item, pude vislumbrar dentro da sala de aula, situações que não eram nada favoráveis, como falta de cortesia, falta de integração das crianças, etc. Foi quando percebi a necessidade de trabalhar juntamente com o lúdico, junto com o faz-de-conta, as palavras de gentileza. Depois de muito ser trabalhado dentro da sala de aula, debatido com as crianças, delineado novos pontos, observei que a minha tática, tinha dado certo. O primeiro passo foi debater com os educandos o que estava acontecendo dentro da sala. Segundo, fiz com que eles próprios fizessem um mural do que estava errado. O terceiro passo, foi com que os mesmos mudassem as atitudes e cobrassem uns dos outros a mesma postura, e deu muito certo. 

3-Aprendizagem dos alunos: 
A turma é bem receptiva, mas também possuem uma liberdade de expressão incrível, pois quando algo não os agrada, expõem exatamente o que querem e como querem. Acredito que o que poderia ser modificado na rotina das crianças, foi terem mais possibilidades de exploração do lúdico, do extraordinário, como irem conhecer a um teatro com todas as suas pompas, com toda a sua magia.  Com o passar dos dias, pude perceber que as crianças possuem voz ativa para tudo. Já ajudam colegas que não conseguem desempenhar as tarefas, com muito gosto, e cortesia. Tem suas rusgas, mas nada que não consigam resolver com uma pequena intromissão da professora. Esta turma tem um potencial enorme. Um integrante da turma já está lendo, outros estão no processo de reconhecimento das letras, quase silábicos.  Devemos ter sempre em mente que, quando as crianças gostam de realizar as atividades, as mesmas falam, comentam em casa e as executam também. Assim, alcançamos o nosso objetivo, que é a aprendizagem. Cada integrante da turma possui o seu tempo para a execução das atividades, sendo assim, pude perceber que: alguns tinham mais facilidade para a realização da mesma, outras eram mais vagarosas, mas isto não impediu que a turma se ajudasse mutuamente. Trabalhei muito a integração e a cordialidade. Neste mérito, aqueles que terminavam primeiro as atividades, começaram a ajudar os outros que eram mais vagarosos. Acredito que foi este pequeno propósito, que fez com que a turma conseguisse realizar os trabalhos, com muita alegria, descontração e divertimento para todos. 

4-Trabalho docente: 
Acredito que conhecer a turma que se vai trabalhar é essencial. Conhecer suas vontades, suas inquietações, conhecimento de mundo, enfim, convivendo, perguntando, pesquisando e ouvindo o que as crianças dizemse tem uma idéia do que as crianças querem e precisam aprender. Outra coisa muito importante é pesquisar, ler e entender o que se vai trabalhar. Separar os materiais e ter sempre em mente, uma proposta a mais, para que o processo ensino-aprendizagem aconteça de forma a contento dos educandos. O caminho do conhecimento é árduo, muitas vezes penoso, mas vale muito à pena. O educador tem que sempre ter a mesma conduta, a mesma postura dentro da sala de aula, e não mudá-la com alguns inconvenientes caso surjam. Temos que respeitar o tempo de cada um, mas é claro que às vezes temos que investir um pouco mais nos pequenos, incentivando sempre, delineando o que tem que ser trabalhado dia após dia para que os mesmos nos em o retorno que queremos. 


CONCLUSÃO 

Os contos infantis possuem algo de mágico, pois as crianças brilham os olhos a cada nova história, a cada nova aventura. A união das habilidades cognitivas, como a flexibilidade, fluência, imaginação e expressividade, é o alicerce para o pensamento criativo. Construir uma idéia, formar um pensamento sobre algo, não surge do vazio, mas da acomodação e ressignificação de imagens anteriores. VIGOTSKY(1989) afirma que:  
“Assim, o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. No brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente (p. 134) de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo, uma grande fonte de desenvolvimento” (p. 135). 

Criatividade é a capacidade capaz de coordenar saberes que permitam atingir as várias aprendizagens humanas. Para VIGOTSKY (1989, p.84),  “As crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da tensão do individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da realidade”. 


A escola pode ser um espaço, estimulador ou não, para a criatividade. Para a promoção de uma aprendizagem construtiva, cooperativa e significativa, é importante e necessário se utilizar critérios que valorizem a expressividade e originalidade – recorrer ao conhecimento dos diversos domínios; utilizar os processos de memorização como um meio e não como um fim; valorizar a compreensão de cada um; aplicar metodologias criativas e sensíveis. 

“Sob o ponto de vista do desenvolvimento, a criação de uma situação imaginária pode ser considerada como um meio para desenvolver o pensamento abstrato. O desenvolvimento correspondente de regras conduz a ações, com base nas quais torna-se possível à divisão entre trabalho e brinquedo, divisão esta encontrada na idade escolar como um fato fundamental” VIGOTSKY (1989 p. 136). 

A educação ampla e ilimitada ao ensino formal promove uma aprendizagem baseada na motivação e no potencial humano, que estimula, significativamente, o desenvolvimento de habilidades para aprender ao longo de sua vida.  





REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudanças na Educação. Ed. Artmed. Revista Nova Escola, Agosto 2002. 


HORN, Maria da Graça Souza. O espaço como Educador: Sabores, Cores, Sons e Aromas. Email mghorn@terra.com.br http://foruns.bc.unicamp.br/Arquivos%20Bibioteca%20Virtual/Palestras/24-11/cores,sons,aromas%20sabores.pdf 

VIGOTSKI, Lev Semenovich. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 6 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002

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