UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
CENTRO DE EDUCAÇÃO ABERTA E A DISTÂNCIA
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA – EaD
Relatório de Estágio
Trabalhando os contos de fadas na Ed.Infantil
Cristine Altafini Cavalcante
Balneário Pinhal, 2013
RESUMO
Os
contos de fadas resgatam a leitura e estimulam a fantasia e a
imaginação, ajudando na formação da criança, facilitando a aprendizagem
de forma lúdica e divertida. No embasamento dos contos de fadas, foram trabalhados valores, palavras de gentileza, comportamento dentro e fora da sala de aula e escola, matemática, etc. O estágio foi realizado numa escola, com a turminha de Pré A onde encontram-se crianças de 4 a 5 anos de idade.
PALAVRAS-CHAVE: lúdico; estímulo cognitivo e socialização; aprendizagem.
APRESENTAÇÃO
Este trabalho pretende mostrar a importância da relação do lúdico no processo de ensino e aprendizagem, sendo o brinquedo de faz de conta a essência da infância e seu uso permite um trabalho pedagógico mais prazeroso e produtivo possibilitando ao sujeito a construção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento. Vivemos
uma época em que a tecnologia avança aceleradamente inclusive na
educação, mas as atividades lúdicas não podem ser esquecidas no cotidiano escolar, porque a alternativa de trabalhar de maneira lúdica em sala de aula é muito atraente e educativa. Numa
reportagem feita pela Revista Nova Escola sobre o autor Hernández,
relata que o docente tem que abandonar o papel de “transmissor de
conteúdos” para se transformar num pesquisador. Para HORN, a autora fala que:“Todas
as crianças possuem modos diferenciados, face aos adultos, de
interpretação do mundo e de simbolização do real. São esses modos que
constituem as “culturas da infância”.” As
crianças precisam ser olhadas não apenas na sua aparente UNIDADE, mas
também na sua DIVERSIDADE. As crianças não formam um conjunto social
cujo principal atributo é o de ser constituído por indivíduos
pertencentes à certa fase da vida, mas também como conjunto social com atributos sociais que diferenciam os adultos. Em vários momentos, a autora remete-se à Vigotsky, onde o mesmo fala que: “O desenvolvimento humano é tarefa conjunta e recíproca; O sujeito é produtor de conhecimentos; O desenvolvimento infantil é características das situações reais; O brinquedo é promotor de conhecimento/ suporte para as mudanças das necessidades e da consciência; A implicação pedagógica: Os modos como o adulto organiza o espaço favorece a construção do conhecimento em seus diferentes campos.”
A aprendizagem é muito mais significativa se for trabalhada de forma que a criança entenda e interaja com
os demais, e que este conhecimento seja aproveitado no seu cotidiano em
seus diferentes campos, ou seja, de forma que a criança passe para os
demais o seu saber e aprenda com eles.
Com a brincadeira de faz-de-conta, a criança consegue expor o que está
sentindo, suas dores, seus medos, suas alegrias, enfim, numa simples
brincadeira, descobrimos muita coisa que está acontecendo no íntimo da mesma. Aprendi
muito com eles, mas também que temos que respeitar o tempo de cada um,
mas é claro que as vezes temos que investir um pouco mais nos pequenos,
incentivando sempre, delineando o que tem que ser trabalhado dia após
dia para que os mesmos nos dê o retorno que queremos, sempre com muita paciência e carinho com os pequenos.
DESENVOLVIMENTO
1-Etapas de ensino:
É fundamental que se assegure à criança o tempo e o espaço para que a fantasia aconteça com intensidade, a brincadeira permeia todas as ações com o jogo simbólico e é através dela que a criança se compreende, o outro e o meio. É através do jogo de faz-de-conta que a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, socialização e a auto-estima, além de conhecimento e manipulação de materiais diversos. Os
contos de fadas resgatam a leitura e estimulam a fantasia e a
imaginação, ajudando na formação da criança, facilitando a aprendizagem
de forma lúdica e divertida. A
avaliação foi feita de acordo com a integração, participação,
coleguismo, solidariedade e cortesia das crianças. O tempo de execução
das atividades variou de acordo com cada uma delas. A preparação das aulas foi escolhida de acordo com o interesse das crianças, e também pela situação vivida pelos mesmos, pois foi trabalhado também valores e palavras de gentileza integradas a
cada história contada. Nesta etapa de vivência da turma, é importante
perceber que uma história, um filme, um brinquedo, um desenho, um livro,
um jogo, uma cor ou mesmo um objeto qualquer, pode levar indivíduos de
qualquer idade a vivências significativas e importantes para a sua vida.
Esta é uma característica bem impressionante dentro da sala desta
turma, no meu caso, o Pré.
Eles querem e procuram saber cada vez mais. São crianças indagadoras,
com sede de conhecimentos. Acredito que este, é o ponto mais forte da
turma, que também a diferencia. São crianças que se fazem perceber pela sua criatividade, doçura e indagações pertinentes.
2-Processo de ensino:
É necessário que se entenda o sentido verdadeiro da educação lúdica, só assim, o educador estará garantido a
criança a construção de um conhecimento significativo. Entendo que a
ludicidade e a criança caminham juntas desde o momento em que se fixa a
imagem da mesma como um ser que brinca. Portadora de uma especificidade
que se expressa pelo ato lúdico, à infância carregando consigo as
brincadeiras que se perpetuaram e se renovaram a cada geração. Nesta
perspectiva, os professores através do uso da ludicidade, facilitam a
aprendizagem e o desenvolvimento da criança nos aspectos físico,
cognitivo, motor, social, político, os
jogos e faz-de-conta quando usados adequadamente tornam a aprendizagem
menos mecânica e mais significativa e prazerosa para o aluno, sendo
visto como um recurso pedagógico que através dele a criança aprende
sobre a natureza, eventos sociais, a dinâmica interna.
Em relação a este item, pude vislumbrar dentro da sala de aula,
situações que não eram nada favoráveis, como falta de cortesia, falta de
integração das crianças, etc. Foi quando percebi a necessidade de
trabalhar juntamente com o lúdico, junto com o faz-de-conta, as palavras
de gentileza. Depois de
muito ser trabalhado dentro da sala de aula, debatido com as crianças,
delineado novos pontos, observei que a minha tática, tinha dado certo. O
primeiro passo foi debater com os educandos o que estava acontecendo
dentro da sala. Segundo, fiz com que eles próprios fizessem um mural do
que estava errado. O terceiro passo, foi com que os mesmos mudassem as
atitudes e cobrassem uns dos outros a mesma postura, e deu muito certo.
3-Aprendizagem dos alunos:
A turma é bem receptiva, mas também possuem uma liberdade de expressão incrível, pois quando algo não os agrada, expõem exatamente o que querem e como querem. Acredito que o que poderia ser modificado na rotina das crianças, foi
terem mais possibilidades de exploração do lúdico, do extraordinário,
como irem conhecer a um teatro com todas as suas pompas, com toda a sua
magia. Com o passar dos dias, pude
perceber que as crianças possuem voz ativa para tudo. Já ajudam colegas
que não conseguem desempenhar as tarefas, com muito gosto, e cortesia.
Tem suas rusgas, mas nada que não consigam resolver com uma pequena
intromissão da professora. Esta turma tem um potencial enorme. Um integrante da turma já está lendo, outros estão no processo de reconhecimento das letras, quase silábicos. Devemos
ter sempre em mente que, quando as crianças gostam de realizar as
atividades, as mesmas falam, comentam em casa e as executam também.
Assim, alcançamos o nosso objetivo, que é a aprendizagem.
Cada integrante da turma possui o seu tempo para a execução das
atividades, sendo assim, pude perceber que: alguns tinham mais
facilidade para a realização da mesma, outras eram mais vagarosas, mas
isto não impediu que a turma se ajudasse mutuamente. Trabalhei muito a
integração e a cordialidade. Neste mérito, aqueles que terminavam
primeiro as atividades, começaram a ajudar os outros que eram mais
vagarosos. Acredito que foi este pequeno propósito, que fez com que a
turma conseguisse realizar os trabalhos, com muita alegria, descontração
e divertimento para todos.
4-Trabalho docente:
Acredito
que conhecer a turma que se vai trabalhar é essencial. Conhecer suas
vontades, suas inquietações, conhecimento de mundo, enfim, convivendo,
perguntando, pesquisando e ouvindo o que as crianças dizem já se tem uma idéia do que as crianças querem e precisam aprender. Outra
coisa muito importante é pesquisar, ler e entender o que se vai
trabalhar. Separar os materiais e ter sempre em mente, uma proposta a
mais, para que o processo ensino-aprendizagem aconteça de forma a
contento dos educandos. O
caminho do conhecimento é árduo, muitas vezes penoso, mas vale muito à
pena. O educador tem que sempre ter a mesma conduta, a mesma postura
dentro da sala de aula, e não mudá-la com alguns inconvenientes caso
surjam. Temos que respeitar o tempo de cada um, mas é claro que às
vezes temos que investir um pouco mais nos pequenos, incentivando
sempre, delineando o que tem que ser trabalhado dia após dia para que os
mesmos nos dêem o retorno que queremos.
CONCLUSÃO
Os
contos infantis possuem algo de mágico, pois as crianças brilham os
olhos a cada nova história, a cada nova aventura. A união das
habilidades cognitivas, como a flexibilidade, fluência, imaginação e
expressividade, é o alicerce para o pensamento criativo. Construir uma idéia, formar um pensamento sobre algo, não surge do vazio, mas da acomodação e ressignificação de imagens anteriores. VIGOTSKY(1989) afirma que:
“Assim,
o brinquedo cria uma zona de desenvolvimento proximal da criança. No
brinquedo, a criança sempre se comporta além do comportamento habitual
de sua idade, além de seu comportamento diário; no brinquedo é como se
ela fosse maior do que é na realidade. Como no foco de uma lente (p.
134) de aumento, o brinquedo contém todas as tendências do
desenvolvimento sob forma condensada, sendo, ele mesmo, uma grande fonte
de desenvolvimento” (p. 135).
Criatividade é a capacidade capaz de coordenar saberes que permitam atingir as várias aprendizagens humanas. Para VIGOTSKY (1989, p.84), “As
crianças formam estruturas mentais pelo uso de instrumentos e sinais. A
brincadeira, a criação de situações imaginárias surge da tensão do
individuo e a sociedade. O lúdico liberta a criança das amarras da
realidade”.
A
escola pode ser um espaço, estimulador ou não, para a criatividade.
Para a promoção de uma aprendizagem construtiva, cooperativa e
significativa, é importante e necessário se utilizar critérios que
valorizem a expressividade e originalidade – recorrer ao conhecimento
dos diversos domínios; utilizar os processos de memorização como um meio
e não como um fim; valorizar a compreensão de cada um; aplicar
metodologias criativas e sensíveis.
“Sob o ponto de vista do desenvolvimento, a criação de uma situação
imaginária pode ser considerada como um meio para desenvolver o
pensamento abstrato. O desenvolvimento correspondente de regras conduz a
ações, com base nas quais torna-se possível à divisão entre trabalho e
brinquedo, divisão esta encontrada na idade escolar como um fato
fundamental” VIGOTSKY (1989 p. 136).
A
educação ampla e ilimitada ao ensino formal promove uma aprendizagem
baseada na motivação e no potencial humano, que estimula,
significativamente, o desenvolvimento de habilidades para aprender ao
longo de sua vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HERNÁNDEZ, Fernando. Transgressão e mudanças na Educação. Ed. Artmed. Revista Nova Escola, Agosto 2002.
HORN, Maria da Graça Souza. O espaço como Educador: Sabores, Cores, Sons e Aromas. Email mghorn@terra.com.br http://foruns.bc.unicamp.br/Arquivos%20Bibioteca%20Virtual/Palestras/24-11/cores,sons,aromas%20sabores.pdf
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